Abraças-me..
Abraço-te…
Juntamo-nos,
cingimo-nos,
um contra o outro,
em apertados abraços,
vezes e vezes sem fim…
Ficamos como
carne da mesma carne…
alma da mesma alma…
Sempre que nos abraçamos…
passamos a ser só um…
um tu e eu… um eu e tu…
No abraço forte, apertado,
alivio-te a dor… a tristeza…
Abraço como o verão
que aquece a alma,
em cada abraço…
Contigo encostada,
suavemente,
no meu ombro,
sentindo o teu leve respirar,
os teus cabelos
afago, docemente,
com os meus dedos…
e com eles percorro a tua pele…
a curva dos teus ombros,
sinto o calor ameno do teu corpo...
os teus braços, que me enlaçam…
e procuras-me em beijos…
Gosto da confissão
dos abraços dos teus braços…
Unidos, juntos… nós…
como nós que não desatam…
Sempre nos abraçamos
na chegada…
nas madrugadas breves e doces…
nas despedidas…
eles sempre acontecem…
Sempre em nós permanece
o desejo do próximo abraço…
Quando sinto a tua falta…
só penso abraçar-te…
Se te sinto triste… abraço-te…
Se te vejo feliz… abraço-te…
Não deixo que te zangues…
antes… abraço-te…
Abraço-te, abraço-te, abraço-te!…
E em cada abraço
sempre te digo,
sem palavras: Estou aqui…
Vives … sempre viverás,
eternamente, dentro
do silêncio do meu abraço!...
Que a felicidade que sentes
quando te acolho num abraço,
seja perene…
Que nele te sintas
repleta de felicidade…
Que nele sempre te sintas
abrigada, protegida,
nele sintas paz e amor…
que nele queiras estar,
hoje e sempre…
te sintas completa…
que me pertenças inteira…
café
" Abrázame "
Edgar Cortazár