À porta da minha vida…
apareceste… e essa porta
franqueei completamente,
como quem, para poder dar…
nada pede….
Nas minhas mãos… e em mim…
senti te aconchegaste…
toda… terna…
eterna… do avesso…
Preencheste espaços
no meu minúsculo universo…
coloriste-os… criaste,
como se escrevesses,
momentos únicos…
Senti-me vivo… completo…
como quem vive
a utopia de poemas…
Nos teus lábios sempre li
como que preces de paz…
palavras de animo, soltas…
Ofereces confiança e,
no tempo que não tens…
inventas tempo para
amiga seres de alguém…
Em ti conténs lindas palavras,
por ti entregues, como água
que corre límpida da nascente…
Quando sentes o chão fugir
não sabes mais
sorrir com felicidade,
nem palavras de esperança dizer
como se fossem salmos…
És como oásis salvador…
para todos tens amor…
Nos lábios… sempre
um doce sorriso,
Mas vives sem amor…
Tens uma lágrima escondida
que desta vida
vais levando… como despojo…
Vencida… ou vitoriosa…
mas nunca
vendida ou comprada…
Fizeste de mim
como que menino assustado…
criança ferida…
numa despedida adolescente…
como vingança doce…
e num momento planeado…
selaste a despedida
como folha de outono
solta ao vento…
Nos teus passos…
afastando-te fria…
olhaste para mim
ao infligir dor profunda
para da minha forte fraqueza
teres a certeza…
Deixaste de ouvir
o meu coração descompassado
confundindo-te na multidão…
e então pudeste…
liberta… rir…
Não mais lerei poemas
que falem dos teus abraços…
beijos… sombras ou alegrias…
Ao banco do jardim
não voltamos…
Não caminharei ao teu lado,
não caminharemos lado a lado…
Não desaguarei mais em ti
como rio que procura o mar…
Fui adolescente…
por momentos…
nada deverei lamentar…
e até inocente…
na despedida…
no beijo doce em ti deixado
e no licor amargo do teu beijo,
deixado em mim…
Quando quiseste…
encerraste a história…
não porque eu quis, mas…
mesmo só assim…
poderias ser feliz…
E que sempre
esta certeza tenhas…
espero por ti… sempre!...
café
“ Me Gustas Cuando Callas “
♫ Pablo Neruda ~
(Voz Alejandro Sanz) V&D